Blog da Lore

SERAFINA CORRÊA Serafina Corrêa está situada entre vales e montanhas, na Encosta Superior do Nordeste do Rio Grande do Sul. Possui uma área total de 160 km², com uma população aproximadamente de 15 mil habitantes. A agropecuária e as indústrias são a base da economia que sustenta o desenvolvimento social, colocando o município em destaque entre os 496 municípios gaúchos. As línguas oficiais do município são o português e o talian. O nome de nossa cidade é oriundo de uma mulher de postura firme e forte personalidade, sempre presente ao lado do marido (algo incomum para a época). Por isso, no dia em que se comemora a emancipação da cidade, presta-se uma homenagem toda especial a Dona Fifina, contando um pouco de sua história. Serafina Corrêa - Dona Fifina, como era chamada carinhosamente por amigos - nasceu em 14 de Maio de 1880, Estância dos Vieira de Castro, atualmente pertencente à Reserva Ecológica do Taim, distrito de Rio Grande. Filha de Luíz Vieira de Castro e de Cantídia Corrêa Vieira de Castro. Seus dias, na infância e na adolescência, foram passados na tranquilidade da Estância do Salso, em Rio Grande. E parte de seus estudos foram feitos, no colégio São José, em São Leopoldo. Casou-se com o Engenheiro Vespasiano Rodrigues Corrêa, e se transferiram para Porto Alegre. Pois ele trabalhava na Secretaria de Obras Públicas, como agrimensor e, exercendo mais tarde um cargo de confiança no Governo Borges de Medeiros.Em 1899, Vespasiano Corrêa foi designado para um trabalho demarcatório de lotes, em Guaporé, com a incumbência de fazer cumprir a lei no que dizia respeito a posseiros, ocupando terras do governo. E, em 1904, foi nomeado o primeiro Intendente do, então, Município de Guaporé. Dessa época, conta-se um fato curioso da vida do casal, “Tanto na partida como na chegada do intendente, que era anunciada com antecedência, a esposa deste, Dona Fifina (dizem que a influência sobre o marido era enorme), convocava a Banda para tocar o Hino Nacional, enquanto pomposamente partia ou chegava o Senhor Intendente”. Doutor Vespasiano Corrêa morreu, prematuramente, aos 38 anos de idade, na cidade de Pelotas. A família, então, já morava em Porto Alegre, depois de ter vivido em Guaporé. Desse casamento, nasceu um único filho, Luiz Vespasiano Corrêa. Passados alguns anos, Dona Fifina desposou, em segundas núpcias, o Deputado e Senador, Ildefonso Simões Lopes. Passou a residir no Rio de Janeiro, até 23 de Dezembro de 1945, data de sua morte. A passagem do casal pela região, embora curta, foi marcante política, social e culturalmente. Já nos primórdios deste século, o município, que era apenas um povoado já se chamava Dona Fifina, em homenagem à Serafina Corrêa. Só em 1925, o município passou a se chamar Serafina Corrêa, como um reconhecimento definitivo à esposa do Primeiro Intendente de Guaporé

A colonização da antiga “Linha Onze” ou “Rosário de Guaporé” iniciou-se por volta de 1892 com a chegada dos primeiros imigrantes italianos, oriundos do norte da Itália. Que traziam em si um grande ideal e o desejo de fazer desta nova terra a sua nova Pátria. • A então Linha Onze foi fundada por seus primeiros moradores: José Franciosi, Orestes Assoni, Antonio Marin e João Variani, seguidos após por Achyles Cervieri, Anibal Fornari e Francisco Pan; • 1905 - É elevada a Capela Curada, com o primeiro Pároco, Pe. Stefano Noce; • 1908 - D. Fifina Corrêa, como era conhecida até 1910, segundo relatórios oficiais; • 1911 - Ato nº40, elevada a Distrito; • 1921 - De Curato a Paróquia de N. Sra. do Rosário de Guaporé; • 1924 - Serafina Corrêa é novamente rebaixada a povoado; • 1925 - Novo Ato Municipal estabelece novamente a sua condição de Distrito; • 7 de agosto de 1930 - Com a intervenção do Estado, foi fixada como Distrito; • 25 de Julho de 1960 - Pela Lei nº 3.932, foi elevada a categoria de Município A bandeira do município de Serafina Corrêa é de autoria do professor Antônio Peixoto de Farias.

• O Brasão representa na bandeira, o Governo Municipal; • O Triângulo branco simboliza a própria cidade, sede municipal; • As faixas que partem desse figura geométrica (brancas e sobrecarregadas de sobre faixas vermelhas) simbolizam a irradiação do poder municipal e todos quadrantes de seu território; • Os quartéis verdes, representam as propriedades rurais no território municipal.

Localizado na rua Ipiranga, está o Pórtico da Cidade, dando as boas vindas a todos os visitantes.

Central

O Santuário tem uma mensagem no alto, em latim: Regina Sacratissimii Rosári Ora pro nobis, o que significa Rainha do Santíssimo Rosário Rogai por nós.

Nossa Senhora do Rosário é a Santa titular da primeira capela de Serafina Corrêa. É conhecida a devoção do povo descendente de italianos para com a Senhora de Pompéia, de meados do século passado. Os italianos que aportavam por aqui, nos fins de 1.800 mantiveram a devoção que já estava espalhada por toda a Itália e também em outras nações. Algum artista confeccionou uma imagem, em trabalho artesanal de madeira, em dimensões bastante grandes. Em 02 de março de 1910, na primeira visita pastoral ao curato da Linha Onze, o Bispo Coadjutor de Porto Alegre, D. João Pimenta, deixa escrito: ...“a Matriz atual...tem três naves, muito descentes, assoalhadas e forradas, e três altares, sendo o altar-mor dedicado a Nossa Senhora do Rosário, cuja imagem é de grande culto e muito perfeita’’. (Livro Tombo nº 01, fl. 1ª, verso). Com o andar do tempo as novas exigências da devoção popular surgiram e assim, no dia 30 de março de 1913, chega provinda da Província de Paris, a estátua de Nossa Senhora do Rosário. Em gesso trabalhado artisticamente bem de acordo com a devoção popular. A Torre, construída na década de 50 e inaugurada em 1954, ano da morte de Pe. Luigi Pedrazzani tem 56 metros de altura e é réplica da Torre de Fonzaso-Belluno- Itália. Em 1956, o Pe. Francisco Lollato procedeu diversas reformas na Igreja Matriz e a Imagem de Nossa Senhora do Rosário, que ficava escondida, passou para o altar lateral, ao alcance do povo que devotadamente a venera. Até o ano de 1962, a Missa era rezada em latim, e o sermão em italiano gramatical. Muitos cantos da Igreja eram em italiano. Os sinos da Torre, foram encomendados humildes e simples, da França, para a velha Torre. Os mesmos foram buscados de carroça, na cidade de Muçum e, para supresa maior, o engano: os sinos eram maiores e de qualidade superior aos encomendados. As pessoas encarregadas de trazê-lo, diziam: não temos como pagar. Mas ninguém sabia de nada e, até hoje os sinos estão na Torre da Igreja Matriz de Serafina Corrêa. O dia 13 de fevereiro de 1983 marcou o grande acontecimento para toda a história da Paróquia de Serafina Corrêa com a Consagração da Igreja Matriz como Santuário Diocesano de Nossa Senhora do Rosário (Livro Tombo n 04, fl.77). A Consagração foi feita pelo Bispo Don Urbano Algayer. Pode-se dizer que a devoção à Nossa Senhora do Rosário está presente no dia-a-dia dos serafinenses. As Romarias individuais ou em grupos são uma constante e a toda hora se encontram devotos em oração diante da Estátua milagrosa. Diariamente a Emissora Santuário transmite o Santo Terço.

Trata-se de uma pequena gruta artificial, utilizada para fins religiosos. É dedicada a Nossa Sra. mas abriga também uma imagem de São Jorge e vários objetos representativos das graças alcançadas. A gruta é pintada de branco e o seu piso é de cimento. A água que pinga da gruta o tempo inteiro, dizem ser milagrosa, bastando fazer um pedido.

Construída em 1957, antes da emancipação do município pelos moradores da comunidade. Atualmente é feita procissão até o Cristo na sexta-feira da Paixão. Mesmo em dias normais é possível encontrar devotos em procissão até o monumento. De lá, é possível observar a bela vista do centro de Serafina Corrêa e arredores.

Sobre o túmulo de pedras talhadas onde estão guardados os restos mortais da Sra. Serafina Corrêa, falecida em 1945, transladados do Rio de Janeiro em 25 de Julho de 1985, por comemoração do 25º aniversário de emancipação do município, encontra-se uma estátua belíssima, de autoria do escultor Paulo Batista Siqueira. É um Cristo na Cruz, feito com retalhos de metal. O Cristo está libertado dos pregos da Cruz e com as mãos voltadas para o céu, em sinal de Liberdade.